A primeira edição de "Os Lusíadas" foi impresso em 1572. Crédito: Biblioteca Nacional/Reprodução |
No
dia 17 de novembro de 1889, o imperador Dom Pedro II fugiu com a família real
para a Europa. Antes de partir para o exílio, o imperador pediu que trouxessem
um exemplar de “Os Lusíadas”, que ganhara do senador catarinense José da
Silva Mafra. O livro pertencia a Luís de Camões e foi dado de presente quando
o imperador visitou Desterro (atual Florianópolis) em 1845.
A
amizade entre o imperador e Silva Mafra começou depois do presente raro”. No
começo de 1845, ele foi escolhido senador por Pedro II em uma lista tríplice. O
nome foi indicado por um ex-ministro da Marinha e conterrâneo do senador. Com “Os
Lusíadas”, José da Silva Mafra Silva Mafra se tornou frequentador assíduo do
Palácio de São Cristóvão.
O
mesmo “Os Lusíadas”, que abriu as portas do Palácio de São Cristóvão ao senador
José da Silva Mafra, é alvo de uma grande polêmica. Outra versão da história
mostra que o verdadeiro dono do livro foi o frei José de São Boaventura
Cardoso, que defendeu o irmão de Dom Pedro I, Dom Miguel, na Guerra Civil
Portuguesa (1832/1834).
Com
a suspensão das ordens religiosas em Portugal e também por defender o lado perdedor,
Cardoso se mudou para Desterro (Florianópolis) e levou consigo a obra rara. Por
quase dez anos o exemplar de “Os Lusíadas” circulou pela capital
catarinense sem ninguém soubesse.
O
livro “1818 — A história da colônia criada por Dom João VI que foi alvo de
disputa entre brasileiros e portugueses no século XIX”, de autoria do jornalista
Rogério Pinheiro, conta essa história e a ligação com a Colônia Nova Ericeira. A obra está
disponível nas livrarias Catarinense e no site da Amazon.
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