quarta-feira, 8 de julho de 2020

Os Lusíadas e a Nova Ericeira

A primeira edição de "Os Lusíadas" foi impresso em 1572. Crédito: Biblioteca Nacional/Reprodução 

No dia 17 de novembro de 1889, o imperador Dom Pedro II fugiu com a família real para a Europa. Antes de partir para o exílio, o imperador pediu que trouxessem um exemplar de “Os Lusíadas”, que ganhara do senador catarinense José da Silva Mafra. O livro pertencia a Luís de Camões e foi dado de presente quando o imperador visitou Desterro (atual Florianópolis) em 1845.

A amizade entre o imperador e Silva Mafra começou depois do presente raro”. No começo de 1845, ele foi escolhido senador por Pedro II em uma lista tríplice. O nome foi indicado por um ex-ministro da Marinha e conterrâneo do senador. Com “Os Lusíadas”, José da Silva Mafra Silva Mafra se tornou frequentador assíduo do Palácio de São Cristóvão.

O mesmo “Os Lusíadas”, que abriu as portas do Palácio de São Cristóvão ao senador José da Silva Mafra, é alvo de uma grande polêmica. Outra versão da história mostra que o verdadeiro dono do livro foi o frei José de São Boaventura Cardoso, que defendeu o irmão de Dom Pedro I, Dom Miguel, na Guerra Civil Portuguesa (1832/1834).

Com a suspensão das ordens religiosas em Portugal e também por defender o lado perdedor, Cardoso se mudou para Desterro (Florianópolis) e levou consigo a obra rara. Por quase dez anos o exemplar de “Os Lusíadas” circulou pela capital catarinense sem ninguém soubesse.

O livro “1818 — A história da colônia criada por Dom João VI que foi alvo de disputa entre brasileiros e portugueses no século XIX”, de autoria do jornalista Rogério Pinheiro, conta essa história e a ligação com a Colônia Nova Ericeira. A obra está disponível nas livrarias Catarinense e no site da Amazon.

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