quarta-feira, 23 de novembro de 2011

A Nova Ericeira em Bombinhas

                                                                                   

O livro “A Nova Ericeira”, do jornalista Rogério Pinheiro, será lançado nesta quinta-feira (24/11), na 1ª Feira do Livro de Bombinhas. A obra do jornalista conta a trajetória de dez famílias descendentes de colonos portugueses da Vila da Ericeira, que vieram para Santa Catarina no século XIX. As histórias são interligadas e contadas na ordem cronológica inversa, de 2009 a 1818.

O nome do livro tem origem na Colônia Nova Ericeira, instituída em 1818, no Litoral de Santa Catarina. A obra traz ao leitor personagens que vão do simples pescador a figuras históricas como Dom João VI e o general francês Jean-Andoche Junot, braço direito de Napoleão Bonaparte. A obra editada pela Nova Letra, de Blumenau, possui 210 páginas e custa R$15,00
A Feira do Livro de Bombinhas está sendo realizada no Ginásio de Esportes da escola Municipal Dilma Mafra, bairro Centro, até esta quinta-feira. O horário de visitação acontece das 8 às 12h e das 13h30min às 20 horas. A entrada é gratuita.

Trechos da obra

“A batalha que estava prestes a ser travada era de David e Golias. No entanto, ao contrário da Bíblia, na história do Estrela Dalva e seus tripulantes o vencedor não seria o mais fraco”, Capítulo 4 – Valéria, página 54.

“O pescador estava pouco preocupado se Hitler dominava metade da Europa ou se lia escondido os gibis de Wall Disney no bunker da chancelaria alemã, em Berlim. Além disso, a importância que dava a Hitler era a mesma que dedicava ao seu dedo minguinho, ou seja, nenhuma”. Capítulo 10 – Rogel, página 188.

Informações adicionais no e-mail rogerio.ericeira@hotmail.com












quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Nova Ericeira


Brasão da antiga Nova Ericeira tinha no centro o ouriço, também presente no brasão da Ericeira


      Em fevereiro de 1818, Dom João VI foi coroado rei de Portugal, Brasil e Algarves. Uma das primeiras medidas já como monarca foi à criação de uma colônia pesqueira no Sul do Brasil. O Aviso Régio de 25 de março de 1818 tornou oficial a ideia sugerida um ano antes por Justino José da Silva. Coube ao então Intendente da Marinha de Santa Catarina, o comandante Miguel de Souza Mello e Alvim, a fundação do povoado no litoral catarinense. O local indicado foi a Enseada das Garoupas, hoje cidade de Porto Belo.

Oficialmente os colonos chegaram no Litoral de Santa Catarina em 1817, mas há registro de ericeirenses antes de 1800

      Como se tratava de um empreendimento pesqueiro, os colonos vieram de uma região com tradição secular na pesca em Portugal: a freguesia da Ericeira. Bem antes do descobrimento do Brasil, os ericeirenses já pescavam em alto mar e conheciam as técnicas da pesca. Todo esse conhecimento eles levaram para o litoral de Santa Catarina. Surgia assim a Colônia Nova Ericeira.


A Ericeira surgiu de uma vila pesqueira com mais de dois mil anos de história. O Foral de 1229 já faz referência a pesca

      Justino José da Silva era ex-funcionário da Câmara Municipal da Ericeira, extinta em 1855, por ocasião de uma reforma administrativa que o Reino de Portugal promoveu. Além de Justino, entre os colonos havia mais dois funcionários da Câmara Municipal. Antes da chegada da primeira leva de colonos, algumas famílias da Ericeira e de outras cidades de Portugal Continental residentes em Desterro (Florianópolis), São Miguel da Terra Firme (Biguaçu) e São José, seguiram para Enseada das Garoupas. Eles se ajuntaram com colonos e deram inicio a nova povoação.


Da Ericeira veio todo o conhecimento da pesca para o Sul do Brasil. Na foto Victorino Dias, o Cachafana, que nasceu em 12/12/1833 e morreu em 05/06/1861 na Ericeira

      João Vieira Tovar e Albuquerque, governador da Capitania de Santa Catarina, forneceu todo o material indispensável para os novos povoadores (casas, ferramentas, sementes e o pagamento pelos serviços prestados). Os terrenos, que começavam em Porto Belo e seguiam até Itajaí, foram doados por sorteio pelo próprio governador. O mesmo entregou na mão de cada colono o título de posse. Chefes de famílias receberam lotes próximo ao mar e os solteiros ficaram com as terras de interior.


Independência do Brasil, em 1822, apressou o fim da Nova Ericeira. Todos os projetos de Portugal foram esquecidos a partir dessa data

      Além dos pescadores, um padre e um médico foram contratados para atender, de graça, os colonos. Nos primeiros meses no Sul do Brasil, os ericeirenses se ocuparam na construção de casas e na aquisição de embarcações à pesca em alto mar. Eles contaram com a ajuda de Mello e Alvim, que providenciou uma embarcação pesqueira na Armação da Piedade, núcleo de captura e industrialização de baleia criado no ano de 1746. Com o barco, deu início a pesca marítima na Colônia Nova Ericeira.

Um dos legados deixados pelos ericeirenses foram as festas religiosas. Na Nova Ericeira, a festa em homenagem a Nossa Senhora da Boa Viagem recebeu o nome de Nossa Senhora dos Navegantes

     Depois de 1818, o litoral catarinense recebeu mais levas de colonos da Ericeira, a última aconteceu em 1824. Foi justamente nesse ano, no dia 18 de dezembro, que o nome Nova Ericeira foi substituído por Porto Belo. O alvará que determinava a mudança fez que a freguesia ficasse subordinada a vila de Tijucas por oito anos. No dia 13 de outubro, Porto Belo deixou de ser freguesia para se transformar em vila. O nome Nova Ericeira foi esquecido, mas seus descendentes não, continuaram a repassar por gerações as técnicas da pesca que os ericeirenses trouxeram de Portugal.

A Nova Ericeira tinha um território que ia de Governador Celso Ramos até a cidade de Itajaí, no Litoral de Santa Catarina

      O primeiro estudo realizado no Brasil sobre a colônia é da professora doutora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Arlete Assumpção Monteiro. Na década de 1980, a professora descobriu, por acaso, a existência da Colônia Nova Ericeira, quando pesquisava a temática de trabalho e a educação em áreas litorâneas. Ela aproveitou o tema para o seu mestrado, também na PUC-SP. No ano 2000, o mesmo material serviu para escrever “A Ericeira Brasileira: trajectória de uma colónia portuguesa no litoral brasileiro”. O livro publicado pela editora portuguesa Mar de Letras, em comemoração aos 500 Anos da Descoberta do Brasil, é referência sobre a Colônia Nova Ericeira.


De vila formada por pescadores, a Ericeira é hoje um balneário conhecido na Europa. O turismo é a principal atividade econômica

      No papel, a Colônia Nova Ericeira deixou de existir no ano de 1824. A Independência do Brasil, em 1822, a demora para distribuição das terras e construção dos barcos de pesca, contribuíram para o fim da colônia. Segundo professora Arlete, o movimento de apagar tudo que lembrasse os projetos de Portugal ajudou para trocar o nome Nova Ericeira por Porto Belo. Atualmente, as pessoas que residem nas oito cidades que fizeram parte da colônia (Governador Celso Ramos, Bombinhas, Porto Belo, Itapema, Camboriú, Balneário Camboriú, Itajaí e Navegantes) desconhecem que um dia houve a Colônia Nova Ericeira.
 
Por ter uma baia tranquila, Porto Belo foi escolhida para ser a sede da Nova Ericeira. Porto Belo vive hoje do turismo

      A Colônia Nova Ericeira foi criada em 1818, primeiro para garantir a ocupação portuguesa no litoral de Santa Catarina, região entre a Enseada das Garoupas (Porto Belo) a Foz do Rio Itajaí (Itajaí/Navegantes). Em segundo lugar, para explorar o potencial pesqueiro do litoral catarinense. As terras da Colônia iam de Tijucas a Camboriú, mas elas podem ter entrado pelo Rio Itajaí e chegado até Indaial. A Nova Ericeira foi uma colônia estatal, provida com recursos da Coroa Portuguesa. Estima-se que cerca de 300 famílias vieram da Ericeira para o Sul do Brasil, a maioria homens do mar (pescadores e carpinteiros navais).


A pesca é sem dúvida a grande herança deixada pelos jagozes em quase 200 anos de Nova Ericeira

      As famílias ericeirenses se estabeleceram entre Porto Belo a Itajaí, mas existem indícios de descendentes em outras cidades do Litoral de Santa Catarina. Pode ainda ter o translocamento de algumas famílias para os estados do Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo.
 
Nove cidades foram criadas da antiga Nova Ericeira, Balneário Camboriú foi uma delas. A cidade catarinense é uma das mais conhecidas do Sul do Brasil

      A Colônia Nova Ericeira foi extinta em 1824, mas seus habitantes não. Com o nome de Porto Belo, as famílias da Ericeira continuaram a desenvolver a arte da pesca pelos anos que seguiram. Do antigo empreendimento pesqueiro surgiram nove cidades e todas com um algo em comum: a ligação com o mar. As cidades que nasceram da Nova Ericeira são: Balneário Camboriú, Bombinhas, Camboriú, Governador Celso Ramos, Itajaí, Itapema, Navegantes, Porto Belo e Tijucas.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Ex-vereador de 94 anos desaprova atitude de colegas mais jovens

Para Tito Filomeno vereadores deveriam estar preocupados com problemas de Itajaí e não com assuntos pessoais
A sabedoria que falta para muitos vereadores de hoje, sobra para o senhor Vicente Tito Filomeno, nos seus 94 anos. Tito Filomeno foi vereador em Itajaí, numa época que não havia salário, assessores e outras mordomias. Numa época em que os parlamentares tinham o dia descontado do trabalho toda a vez que eram obrigados a ir nas sessões. Os ex-vereadores vêm, segundo a opinião do próprio Tito Filomeno, de um período em que se legislava com preocupação de atender a comunidade e não a interesses pessoais.


Muito diferente do que os políticos fazem atualmente. Um exemplo, ou melhor, um mau exemplo surgiu do lugar que seu Tito Filomeno trabalhou de graça, a Câmara de Vereadores de Itajaí. Mesmo com a opinião pública totalmente contra, os parlamentares aprovaram o aumento de 12 para 21 vereadores.

A medida vale para a próxima legislatura. Durante dois Meses aconteceram protestos de repúdio a medida no município. O Observatório Social de Itajaí,que representa entidades civis organizadas do município, chegou a entregar no dia da votação um abaixo-assinado com cerca de 9 mil assinaturas, mas nada adiantou. Para o ex-vereador de 94 anos, a atitude vai gerar um gasto desnecessário para os cofres públicos.

Segundo Tito Filomeno, o dinheiro poderia ser utilizado para obras que Itajaí precisa.

- Eu acho que funciona muito bem como está, com 12 vereadores. Se nós olharmos para a nossa cidade falta muita coisa. Nós não temos um bom hospital ou uma linha de ônibus que preste. Eu acho uma sangria, o município não pode custear mais essa despesa – desabafou.
Vereadores, mesmo contra a vontade popular, aumentaram o número de cadeiras no legislativo de Itajaí
Vicente Tito Filomeno nasceu em Florianópolis, em 11 de março de 1917, de pai italiano e mãe brasileira. Ele veio morar em Itajaí, em 1939. Tito foi vereador entre 1951 e 1955. Tito Filomeno antes de ser vereador foi também maquinista da Marinha Mercante e se aposentou como funcionário da Previdência Social.

Getulista ferrenho, Tito Filomeno se filiou ao PDT, mas largou a política no fim do seu primeiro mandato.

- Eu me decepcionei com a política, não vou usar o termo enojado, mas perdi o interesse – explica.

De acordo com o ex-vereador, na década de 1950, o trabalho na Câmara de Vereadores era muito diferente do que é hoje.

- Não tinha nada, nem caneta e nem papel. A prefeitura nem sequer fornecia um funcionário para nos ajudar. Além do trabalho não ser remunerado, nós éramos obrigados a ir trabalhar de terno e gravata durante as sessões que aconteciam todas as terças e quintas- feiras.

Tito Filomeno contou que chegou até a ter o salário descontado para poder participar das votações na Câmara de Vereadores.

- Eu era agente marítimo e no fim do mês se fazia um relatório dizendo que o tal funcionário havia comparecido nas sessões tal dia, tal hora. Havia meses que eu tinha o salário descontado por ter optado em ir às sessões. Foram tempos difíceis - recorda.

Para Tito Filomeno, o vereador de hoje perdeu o amor pela camisa e só trabalha por causa do dinheiro.

- Hoje vale a pena ser vereador de Itajaí e vale a pena por causa do dinheiro. São todos uns mercenários. Aquele amor que gente tinha antigamente hoje não existe mais. – con
cluiu o ex-vereador.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Um prato para corajosos

A caneja (cação) de infundice é um prato típico da Ericeira (Portugal) e patrimônio gastronômico da vila

        Conta à lenda que um pescador depois de lavar a caneja (espécie de cação) com água do mar e embrulhá-la com jornal foi para casa esquecendo o pacote dentro do pequeno barco. Depois de 15 dias, o pescador encontrou o embrulho com o peixe. Ele retirou o papel e a primeira reação foi tapar o nariz devido ao forte cheiro de amoníaco.
 
         Apesar do odor de urina, o peixe não estava estragado e conservava ainda uma ótima aparência. O pescador resolveu não jogar pescado fora. Ele o cozinhou e para sua surpresa o sabor da caneja era saboroso, embora muito forte. Acompanhado de um vinho tinto e azeite de oliva, o peixe foi consumido todo pelo pescador, que espalhou a novidade pelos quatro cantos.

Ambiente para fazer a caneja de infundice deve estar muito limpo

        Nascia assim a caneja de infundice, o prato típico da vila da Ericeira, em Portugal. Durante muitos anos, principalmente nos meses de inverno, quando o tempo ruim impedia a pescaria, era a caneja de infundice a única carne na mesa.
 
         A caneja não é consumida fresca, mas apenas depois de ser submetida a uma cura que dura uma semana, ou duas, fazendo-a adquirir um aroma muito intenso e característico, a que os locais chamam “infundice”. Hoje o prato é feito da seguinte maneira:
                                                                               
Para preparar o peixe é preciso limpar, salgar e embrulhá-lo. Depois de 15 dias num ambiente escuro ele está pronto para ser consumido
 
       
           Depois de apanhada, a caneja é salgada e embrulhada num saco de pano. Ao fim de três dias, tempera-se com um pouco de sal e volta-se a embrulhar durante mais quatro ou cinco dias.
 
Raramente se encontra a caneja em algum restaurante. Os motivos são: o preço, o tempo para preparar o prato e o cheiro forte de urina
 
        
         Completado uma semana de cura, que deve ser feito em local escuro ou mesmo enterrada, a caneja liberta o tal cheiro insuportável, a infundice. Na Ericeira, os restaurantes não vendem por três motivos, o tempo que leva para ser feito, o preço alto e principalmente o cheiro de urina que o prato exala. Além da Ericeira, uma iguaria parecida é feita também na Noruega, mas com outro tipo de peixe.

          Segundo o ericeirense, Fernando Melo, apesar do cheiro forte, o prato é um dos mais limpos que existe.
 
- Para preparar a caneja de infundice o ambiente teve estar muito limpo. Se por acaso uma mosca pousar no peixe antes de ser embrulhado ele já não presta mais – disse o jagoz (ericeirense).

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Itapema tem a 2ª pior conexão de internet do mundo

Internet não é a pior do planeta porque cidade da Argélia conseguiu ser mais lenta. Brasil está na posição 163 do ranking
A cidade de Itapema tem a segunda conexão média mais lenta de todo o mundo. A informação foi divulgada pela Pando Networks, que publicou em setembro um ranking que mede a velocidade da internet. Itapema tem velocidade de 61 Kbps e só não ficou em último porque a cidade de Algiers, na Argélia, oferece o acesso a 56Kbps. De acordo com o estudo, a média mundial de acesso é 508 KBps.


No ranking o Brasil está posição 163º, atrás de países como Níger, Haiti, Etiópia e Angola. A liderança está nas mãos da Coreia do Sul, que cravou 2,2 MBps. Em segundo lugar vem a Romênia, com 1,9 MBps, seguida de Bulgária (1,6 MBps), Lituânia (1,5 MBps) e Letônia (1,4 MBps). Os EUA têm média de 616 KBps a China, de 245 KBps.


A pesquisa se baseou em 27 milhões de downloads feitos de 20 milhões de computadores espalhados pelo globo. Apesar de se referir a países, a lista não é composta apenas por nações. Em duas ocasiões, foram encontradas classificações como "Anonymous Proxy" e "Satellite Provider" que, segundo a Pando, referem-se a conexões realizadas por meio de proxy e provedor via satélite cujo país de origem não pôde ser identificado.


Fundada em 2004 em Nova Iorque, a Pando Networks é uma empresa de distribuição de mídia apoiada pela Intel Capital, Capital Partners e BRM Wheatley. A empresa é especializada em distribuição de jogos, vídeo e software para os editores e distribuidores de mídia.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

O fantasma da Casa Burghardt

Casarão da Rua Lauro Müller e seus antigos moradores escondem muitos segredos

     Todos os meses a Fundação Cultural de Itajaí realiza na sua Galeria de Artes uma exposição. A do dia 05 de maio de 2009 era para ser mais uma das inúmeras exposições que já passaram pelo local. Mas, aquela noite de abertura não foi um dia qualquer e os fatos que aconteceram durante o evento são lembrados até hoje.

     Naquela noite, enquanto o público prestigiava a abertura da mostra, uma mãe levou sua filha até o corredor lateral do prédio e ambas sentaram num banco. Acima delas ficam as janelas do primeiro andar da casa e toda a parte administrativa da Fundação Cultural de Itajaí. Na janela, uma pessoa se aproximou e ficou a observar mãe e filha por um tempo.

     A mãe achou estranha a atitude da pessoa e relatou que tinha acontecido para a funcionária da Fundação Cultural, Elisiane Dalmolin, que estranhou o fato, já que as portas que levam até as salas do primeiro andar estavam trancadas e ninguém tinha autorização de subir até o local fora do expediente. Elisiane resolveu subir e ver quem era a pessoa que estava no primeiro andar. Ela abriu todas as salas e para sua surpresa e também das visitantes não havia ninguém. Tudo estava no seu lugar.
 
Corredor onde mãe e filha viram a misteriosa moradora da Casa Burghardt

     A história testemunhada por Elisiane é apenas uma de muitas histórias assustadoras que rondam o prédio da Fundação Cultural. Para muitos moradores de Itajaí, a pessoa que mãe e filha viram na janela é o fantasma da antiga proprietária da casa, a senhora Mathilde Bauer, conhecida como Dona Cachorrinha. Além de passos na escadaria de madeira que leva ao primeiro andar e de gemidos, Dona Cachorrinha já foi vista mais de uma vez, na janela da frente segurando uma vela.

     Verdade ou não, as histórias fantasmagóricas já fazem parte da cultura e da história de Itajaí. Antes de ser sede da Fundação Cultural, a casa foi residência e comércio da senhora Mathilde e de seus dois maridos, o primeiro Harry Hundt e segundo Nicolau Burghardt.

     A história começa no distante ano de 1902, quando o imigrante alemão Harry Hundt contratou o arquiteto também alemão Reinhold Roenick, para construir uma casa que servisse de residência e também para o comércio. A localização da casa foi uma exigência de Hundt. Situada na margem do rio Itajaí-açu, a casa possui duas fachadas: a principal, para a rua Lauro Müller e uma secundária, para o rio.
 
Mathilde Bauer, depois Hundt e por fim Burghardt morreu em 1955 

     Com a casa já erguida, em 1903, Hundt se casou com Mathilde Bauer. Com a palavra Hundt em alemão é cachorro, dona Mathilde ganhou o apelido de Dona Cachorrinha. O primeiro comércio foi uma Casa de Louças. Ainda em 1903, Harry Hundt faleceu em Hamburgo (Alemanha). A única foto que se tem do negociante alemão é dele dentro de um caixão.

     Em 1910, Matilde casou com outro rico comerciante, o senhor Nicolau Burghardt. O comércio continuou até a década de 1930, quando o térreo da casa se tornou sede da “Companhia Catharinense de Telégraphos” de Santa Catharina”. Em seguida a Casa Burghardt virou uma confeitaria. Nicolau faleceu na década de 1940 e Mathilde em 1955.
 

Harry Hundt morreu em Hamburgo em 1903. A única prova da sua morte na Alemanha é essa foto

     Após a morte da senhora Burghardt, a casa foi sede de um clube, o “Seares’s Bar”. Durante a década de 1960 começaram a surgir as primeiras histórias envolvendo o fantasma da senhora Burghardt, como explica o ex-superintendente da Fundação Cultural de Itajaí, Agê Pinheiro.

     - Muitas histórias são contadas em torno na mítica assombração de Mathilde Burghardt. Dizem que na época em que funcionou o Seare’s Bar uma dama vestida de branco aparecia no salão superior do casarão e quando a procuravam para dançar ela sumia – disse Agê Pinheiro. 

Nicolau  Burghardt é o último da esquerda para a direita

     Sobre a vida de Mathilde Burghardt pouco se sabe. A escritora Marlene Rothbarth, 77 anos, frequentou a casa junto com a mãe e se lembra da senhora Burghardt

    - Era uma pessoa calada e quieta. Não era de sorrir e sempre com semblante austero. Quando eu ia à casa junto com a minha mãe nós a encontrávamos sempre ela com avental. Na época morava com uma sobrinha, mas nunca teve filhos – conta a escritora.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

O filho do padeiro que virou presidente do Brasil


Nilo Peçanha é descrito pelos livros de história como sendo branco
Ele era mulato, filho de um padeiro e chegou à presidência do Brasil. Tudo isso menos de 20 anos após a libertação dos escravos em 1889. A proeza de Nilo Procópio Peçanha é bem maior que seu colega Luiz Ignácio Lula da Silva, eleito em 2002 e porque não dizer do presidente americano Barak Obama. Embora muitas vezes fosse retratado como branco era mulato.

Nilo Peçanha não foi eleito diretamente, assumiu a presidência com a morte de Afonso Pena, de quem era vice. Exerceu o cargo de 14 de junho de 1909 a 15 de novembro de 1910. De origem humilde, Peçanha construiu uma sólida carreira política, ascendendo, em um intervalo de poucos anos, de senador a presidente do estado do Rio de Janeiro – nome da época para o cargo de governador – e a presidente do Brasil.

O menino da padaria
Nilo Peçanha nasceu no dia 02 de outubro de 1867, na Fazenda do Desterro, no limite com o Espírito Santo, município de Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro, filho de Sebastião de Sousa Peçanha e Joaquina Anália de Sá Freire Peçanha. Nilo Peçanha ou o “Menino da Padaria”, como era conhecido (devido ao seu pai ter um comércio de padaria), viveu seu início de vida num sítio em Morro do Coco, onde cresceu ouvindo histórias da negra Delfina, que falava do sofrimento dos escravos.

Filho de um padeiro, Peçanha chegou a presidência da República em 1909
Quando chegou à idade escolar a família se mudou para Campos, onde Nilo foi matriculado no Liceu de Humanidades de Campos. Formou-se na Faculdade de Direito do Recife já com vinte anos de idade. Numa viagem de trem de Campos para o Rio de Janeiro, o jovem Nilo conheceu e de apaixonou perdidamente por uma jovem de nome Anita Castro Belisário de Sousa, com a qual se casou no dia 06 de dezembro de 1895. Dos três filhos que teve nenhum conseguiu chegar à fase adulta.

Anita era descendente de uma rica família de Campos. O casamento foi um escândalo social, pois a noiva teve que fugir de casa para poder se casar com um sujeito pobre e mulato.

No mesmo em que se casou, Peçanha ajudou a fundar o Clube Republicano de Campos, do qual foi presidente, bem como do Partido Republicano. Após a instauração do regime republicano em 15 de novembro de 1889, Nilo intensificou sua atividade político-partidária e foi eleito deputado, participando da Assembléia Constituinte responsável pela primeira Constituição republicana de 1891.

Foi eleito em sucessivos pleitos e em 1903 foi eleito para deputado federal, quando assumiu uma cadeira no Senado. Em 1903, renunciou à sua vaga na Câmara Alta para assumir a Presidência do Estado do Rio de Janeiro, que exerceu até 1906. Neste ano, foi eleito Vice-Presidente de Afonso Pena.

Em 1909, devido à morte de Afonso Pena, Nilo Peçanha tornou-se Presidente da República. Nilo estava com 42 anos ao assumir a Presidência da República.

Nilo Peçanha era motivo de chacota nos jornais por causa do tom da sua pele
 Em seu governo recriou o Ministério da Agricultura, órgão que aglutinou os grupos regionais dissidentes. Introduziu importantes alterações no funcionamento do Estado, o que representou uma obra de grande alcance. Criou Lei permitindo, pela primeira vez, o trabalho feminino nas repartições públicas. Criou o Imposto Territorial, criou o Ensino Técnico-profissional (com as Escolas de Aprendizes de Artífices), o Serviço de Inspeção Agrícola, a Diretoria da Indústria Animal, a Diretoria de Meteorologia e o Serviço de Proteção ao Índio.

Faleceu em 1924, no Rio de Janeiro, afastado da vida política e foi sepultado no Cemitério de São João Batista.

Fonte: Presidentes do Brasil, Editora Rio.
FONTE: http://institutohistoriar.blogspot.com/2008/09/srie-presidentes-do-brasil_21.html

terça-feira, 30 de agosto de 2011

A vila da Ericeira em Portugal tem mais de dois mil anos de história e foi tema de um documentário
O documentário “Ericeira: um mar de história” será exibido, gratuitamente, nesta quarta-feira (31), em Balneário Camboriú. O vídeo que conta a história da vila portuguesa da Ericeira vai ser apresentado no Programa Cineclube, da Fundação Cultural. A sessão começa às 19h30, na Biblioteca Machado de Assis, localizada na Terceira Avenida, esquina com as ruas 2500 e 2550. O documentário foi produzido pela TV Univali e conta com apoio cultural das Lojas Sibara.

O Cineclube é um programa coordenado pelo Arquivo Histórico de Balneário Camboriú e exibe filmes sempre na última quarta-feira do mês, dando preferência a obras não comerciais. A entrada é gratuita e a reserva de lugares pode ser feita no local ou pelo telefone 3264-5706, das 13 às 19 horas.


Pescadores ericeirenses são alguns dos personagens do documentário que foi filmado em agosto de 2010
O documentário aborda a importância da vila portuguesa da Ericeira (distante 40 quilômetros de Lisboa) para instalação de uma colônia pesqueira no Litoral de Santa Catarina no século XIX, a Colônia Nova Ericeira, criada por Dom João VI em 1818, na Enseada das Garoupas, hoje a cidade de Porto Belo. Cerca de 300 famílias vieram da Ericeira e de outras cidades de Portugal Continental.

Com direção e roteiro do jornalista Rogério Pinheiro, o documentário traz entrevistas com pescadores, personalidades e brasileiros que foram trabalhar na vila portuguesa. A Ericeira é um dos três lugares em Portugal com a maior concentração de brasileiros. A vila, com mais de dois mil anos de história, tem no turismo a sua principal atividade econômica.

Voltada para o Atlântico Norte, a Ericeira sempre dependeu do mar, seja na pesca e construção naval como o turismo
Desde março deste ano, o filme está sendo exibido, gratuitamente, em escolas públicas, associações de moradores, entidades e colônias pesqueiras do Litoral de Santa Catarina. No itinerário estão as cidades que fizeram parte da Colônia Nova Ericeira: Balneário Camboriú, Bombinhas, Camboriú, Governador Celso Ramos (Ganchos), Itajaí, Itapema, Navegantes, Porto Belo e Tijucas.

Serviço
Evento: Cineclube FCBC – “Ericeira: um mar de história”
Data: 31 de agosto, quarta-feira
Horário: 19h30
Local: Arquivo Histórico de Balneário Camboriú
Endereço: Terceira Avenida, esquina com as ruas 2500 e 2550
Entrada gratuita

As rendeiras de Peniche


Escola de Rendas de Peniche é uma das mais antigas de Portugal

      Na sala o silêncio é total e a atenção sempre voltada à almofada. As mãos ágeis e experientes conduzem agulhas feitas de madeira em movimentos circulares. De um simples novelo de linha surge então uma obra arte: a renda bilro. Na cidade de Peniche, em Portugal, esse mesmo trabalho é feito há mais de 350 anos com maestria.

      Peniche fica numa península com cerca de dez quilômetros. A cidade portuguesa está localizada a 100 quilômetros a Noroeste de Lisboa. Com população estimada em 30 mil habitantes, Peniche é considerado o maior porto pesqueiro de Portugal e conhecido também pelas belas praias e a reserva natural das Berlengas.

Rendeiras de bilro mantém arte há mais de 350 anos

      A cidade também é conhecida em Portugal pelas famosas rendas de bilros. Segundo historiadores, já no século XVII os bilros saracoteavam nas almofadas cilíndricas das mulheres penichenses a dar vida às formas mais ou menos ingênuas dos desenhos traçados sobre os piques cor de açafrão. Um testemunho datado de 1625, sobre a doação de uma renda comprova a origem e fama das rendeiras de Peniche.

      Antes de ser considerada uma arte, a renda de bilro era um trabalho necessário. A atividade exercida pelas mulheres de pescadores ajudava e muito no sustento de suas famílias. Na época em que os homens não podiam sair para o mar devido ao mau tempo, era a venda das rendas feitas pelas mulheres que traziam um alivio no orçamento de casa.
 
Por muitos anos as mulheres de Peniche dependiam da venda da renda de bilro

      De Peniche, a renda ganhou o mundo e chegou ao Brasil, principalmente no Litoral de Santa Catarina, onde se utiliza uma técnica muito semelhante aos utilizados pelas rendeiras de Peniche. Na cidade portuguesa é notória a relação da renda praticada no Brasil com a de Peniche e também de outra cidade portuguesa, Nazaré.
 
Fortaleza de Peniche, onde funciona o museu municipal

     Em meados do século XIX existiam em Peniche quase mil rendeiras. Com a industrialização, as rendas de bilros de Peniche foram sofrendo uma regressão, que atingiu o seu ponto mais drástico com a extinção da disciplina facultativa da sua aprendizagem no ensino secundário. A arte encontra-se atualmente salvaguardada graças a Escola de Rendas de Peniche. Hoje, 500 penicheiras se dedicam à sua confecção.

 
      Entre elas está à senhora Maria Ambrósio, 70 anos, começou a fazer rendas ainda criança.
 
- Enquanto meus irmãos trabalhavam nas empresas de pesca eu com 11 anos, já fazia as rendas parar vender. Não dava tempo nem de ir à escola. Depois casei e fui trabalhar nas redes de malhar, utilizada na pesca – contou a senhora.
 
      Já rendeira Adelina Conceição Gonçalves, 76 anos, começou ainda mais cedo que a colega Maria.
 
- Aprendi a fazer a renda de bilro quando tinha quatro anos. Depois cresci e fui trabalhar na fábrica de redes e depois nos armazém, consertando redes para as traineiras (barcos de pesca) – recorda.
 
       Maria da Conceição Simões, 65 anos de idade e 55 dedicados a renda de bilro, resume o que é ser uma rendeira de Peniche.
 
- O dia em que deixar de fazer renda por não enxergar mais ou por outro motivo qualquer acho que minha vida também acaba. A renda de bilro é meu passatempo favorito e se não conseguir fazer mais seria um grande desgosto – disse a rendeira emocionada.

Navegantes nos tempos da Exponave


Multidão lotava a Exponave que teve nove edições e deixou muitas saudades
Navegantes completou no dia 26 de agosto, 49 anos de emancipação político-administrativa. Nesses quase meio século de história, uma festa que era símbolo das comemorações do aniversário do município é lembrada com saudade pelos moradores. A Exponave surgiu no final da década de 1980 e trouxe para Navegantes muitos artistas de fama nacional. Há mais de 15 anos, a festa não existe, mas as lembranças dos festejos continuam até hoje.

Em 1988, Navegantes era um município com menos de 20 mil habitantes e a base da sua economia eram as empresas de pesca, a agricultura e o comércio. Havia poucas pessoas de fora e os moradores se conheciam. Foi nesse cenário que foi criada uma festa para comemorar o aniversário do município. Surgia assim a Exponave. A festa acontecia Ginásio de Esportes Domingos Angelino Régis e atraia uma multidão de Navegantes e cidades vizinhas. A Exponave chegou a ter um público aproximado de 50 mil pessoas em uma única edição.

Festa acontecia em frente ao Ginásio de Esportes de Navegantes
A festa proporcionava aos seus visitantes uma feira comercial e industrial, além de outras atrações. Os blocos carnavalescos de Navegantes tinham o direito de ter barracas, onde comercializam bebida e comida. O dinheiro arrecadado era utilizado para investir no carnaval. Os shows nacionais eram as atrações mais aguardadas pela população da cidade e da região.

Martinho da Vila foi uma das atrações da Exponave. Ao seu lado está o Bilo
Num período de nove edições, diversos artistas famosos fizeram shows em Navegantes. Luiz Airão, Martinho da Vila, Alcione, Jair Rodrigues, RPM, Ultraje a Rigor, Paulinho da Mocidade, TNT, Garotos da Rua, Wanderlei Cardoso, Ângelo Máximo, Wanderléia e as alas das escolas de samba da Mangueira e Império Serrano, ambas do Rio de Janeiro.

Solon Damásio da Costa, o Bilo, foi o idealizador da festa e disse que a Exponave foi pioneira a dar oportunidade para artistas que estavam esquecidos.

- Trouxemos artistas que estavam esquecidos como Ângelo Máximo, Wanderléia, que tiveram shows concorridos. O show da Wanderléia foi um sucesso. A escola de samba Império Serrano foi também teve também lotação máxima – lembra.

Bilo explicou que a mudança de governo fez que a Exponave mudasse de nome. Para o navegantino, a festa acabou assim que começaram a cobrar entrada.

- Era uma festa que não dava prejuízo e se existisse hoje seria uma das mais tradicionais da região. O diferencial dela era a presença de artistas nacionais, tínhamos sempre uma grande atração por noite. Assim que ela mudou de nome resolveram cercar a área do Ginásio de Esportes e cobrar ingressos. A população que estava acostumada a não pagar para entrar na festa não gostou e acredito que isso motivou o fim da festa – ressaltou Bilo.

Primeira edição da Exponave foi realizada em 1988. Abertura contou com a presença de autoridades
Entre os moradores, saudades da Exponave não faltam. Lembranças que no mês de agosto sempre insistem em voltar. Para Reni Romão, uma festa como a Exponave jamais Navegantes terá de novo.

- Depois da Exponave, Navegantes nunca teve uma festa igual. Nessa época do ano as pessoas já estavam empolgadas com os shows nacionais. Além de Navegantes vinha gente até de Blumenau para participar da festa. Os estandes eram concorridos, empresários e comerciantes disputavam um lugar para vender seus produtos – recorda Reni, que trabalhou muitos anos na parte comercial da festa.

Outra banda que esteve em Navegantes para a Exponave foi o RPM
A última Exponave aconteceu em 1996. Um ano depois virou Exponafest. Em seguida, a festa trocou de nome novamente e começou a ser chamada de Navifest. A Navifest durou apenas duas edições para nunca mais voltar.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

A preferência pelos clubes cariocas

O futebol surgiu no Rio de Janeiro por iniciativa de Oscar Cox, no distante ano de 1901. Filho de pai inglês e mãe carioca, Cox organizou naquele ano, a primeira partida de futebol do Rio de Janeiro. Jogaram brasileiros contra ingleses que residiam na cidade carioca. O jogo terminou empatado em 1 x 1, mas quem ganhou mesmo foi o futebol brasileiro.

No ano seguinte, foi fundado o Fluminense Football Club, o primeiro clube carioca de futebol. O Clube de Regatas do Flamengo surgiu em 1895, mas o com time de futebol em 1912.

Outro clube de regatas, o Vasco da Gama foi fundado em 1898 e deu inicio no futebol em 1915.

O Botafogo Futebol e Regatas, apesar de ter surgido em 1894, começou as atividades dentro de campo em 1942.

Os clubes cariocas ganharam fama e começaram a chamar atenção da torcida de outras partes do país, principalmente no Norte e Nordeste do Brasil.

No Sul, o Rio Grande Sul tem como referência a dupla grenal e no Paraná os clubes paulistas, Corinthians, São Paulo e Palmeiras.

Já em Santa Catarina, enquanto as regiões Oeste e de Serra são gremistas ou colorados, do Litoral, de Norte a Sul, a torcida é para Flamengo, Vasco da Gama, Botafogo e Fluminense. Mas, como surgiu a preferência da torcida por times do Rio de Janeiro?
                                      Segundo o comentarista esportivo rádios do Rio contribuiram   

Para o comentarista e ex-goleiro do Marcílio Dias, Eládio Cardoso, o interesse pelo futebol carioca surgiu com as transmissões das partidas de futebol pelas rádios do Rio de Janeiro.

- Antes da televisão chegar, a única maneira de acompanhar um jogo de futebol era pelo aparelho de rádio. Em Itajaí na década de 1960, as rádios que davam para sintonizar eram as da cidade do Rio de Janeiro, a Rádio Tupi e Rádio Globo - explicou o ex-jogador.
Para Marinho torcida para times cariocas está centrada no Litoral
 A mesma opinião tem Célio Marinho, comentarista esportivo há mais de 47 anos na região de Itajaí.

- As rádios Mauá, Continental, Globo e Tupi eram as únicas que se conseguiam ser sintonizadas e por isso acredito que surgiu o interesse da torcida pelos times do Rio. Eu mesmo comecei a torcer ouvindo rádio. Quando era criança, -

eu ouvia os jogos de futebol, sempre que meu vizinho colocava o rádio dele em cima do muro. Virei torcedor ouvindo rádio - recorda

Marinho ressalta que a torcida por times cariocas em Santa Catarina está mais no Litoral.

- Na Região Oeste e também na Serra temos uma torcida bem maior para Internacional e Grêmio. Nessas regiões do Estado temos muitas influências do Rio Grande do Sul. No Litoral temos uma outra realidade, já com uma torcida muito forte para os clubes da cidade do Rio de Janeiro - completou o comentarista esportivo.

Entre a torcida de Flamengo, Vasco, Fluminense e Botafogo na região o que não falta é rivalidade.
Marcelo chegou a ir a Florianópolis torcer contra o rival Vasco da Gama
Marcelo Morgado, 36 anos, é um torcedor fanático pelo Flamengo e chegou até ir de Itajaí a Florianópolis só para torcer contra o rival Vasco da Gama.

- Este ano cheguei a ir ver Avaí e Vasco, mas não deu muito certo o Avaí perdeu – brinca o torcedor rubro-negro.

Vascaíno Fabrício Marinho começou a torcer por causa do pai
Fabrício Marinho, 40 anos, torce pelo Vasco desde criança e a paixão pelo time carioca começou por influência do pai. Quando pode, Marinho vai ver o time do coração jogar.

- Já fui ver o Vasco em Curitiba, Florianópolis e até quando o clube caiu parar a segunda divisão eu fui ver o jogo – conta.
                                             
Por causa de Rivelino Álvaro começou a torcer pelo Fluminense
Filho de pai vascaíno, Álvaro César Moreira, 54 anos, começou a torcer pelo fluminense em 1975.

- Foi quando Rivelino foi jogar no fluminense. A partir daí comecei a torcer. Hoje vou ver sempre os jogos. – explicou o torcedor.
Para Ismael Garrincha foi o grande nome da história do Botafogo
 Ismael Inácio Bento, 48 anos, é de uma família de botafoguenses e tem como ídolo Garrincha.

- Meu pai era torcedor do Botafogo e meus filhos são também. Garrincha foi o grande ídolo do time e anos esquecíveis como torcedor foi o título do Campeonato Carioca de 1989 e o Campeonato Brasileiro de 1995 – destacou o botafoguense.