Uma
pequena parte da história de Santa Catarina começa a ser redescoberta com a
publicação do livro “1818 — A história da colônia criada por Dom João VI que
foi alvo de disputa entre brasileiros e portugueses no século XIX”. De autoria
do jornalista Rogério Pinheiro, a obra será lançada no dia 26 de novembro, às
19h30, na Livraria Catarinense do Itajaí Shopping.
O
livro traz os bastidores da criação da colônia pesqueira em 1818 e a guerra que
se travou entre brasileiros e portugueses pelo seu controle. Na obra, o autor
aborda também a atuação de um grupo político catarinense, que montou um
sofisticado esquema de corrupção para desviar os recursos destinados à compra
de terras e barcos de pesca.
A
Colônia Nova Ericeira foi criada por ordem de Dom João VI, no dia 25 de março
de 1818, na Enseada das Garoupas, hoje a cidade de Porto Belo. Ao todo cerca de
400 pessoas vieram da freguesia da Ericeira (Portugal), distante 40 quilômetros
de Lisboa. Fizeram parte da colônia as cidades de Balneário Camboriú, Balneário
Piçarras, Barra Velha, Bombinhas, Camboriú, Governador Celso Ramos, Itajaí,
Itapema, Navegantes, Penha, Porto Belo e Tijucas.
Curiosidades
Curiosidades
O
livro traz muitas curiosidades, por exemplo, a participação de José Bonifácio
de Andrada e Silva no processo de criação da Nova Ericeira. O patriarca da
Independência do Brasil conhecia o litoral catarinense, a Ericeira e chegou a
escrever um estudo pesqueiro em 1812.
Outra
curiosidade está relacionada com “Os Lusíadas”. Em 1845, um senador catarinense
presenteou o imperador Dom Pedro II com o livro, que pertenceu ao próprio Luís
de Camões. A obra rara está envolta em uma grande polêmica e quase gerou uma
crise diplomática entre o Brasil e Portugal na década de 1970. O senador foi o
chefe do grupo político responsável por desviar os recursos da Nova Ericeira.
Pesquisa
Para produzir o
livro-reportagem foram analisados mais de 10 mil documentos, entre registros
paroquiais, periódicos, artigos e livros. Em Portugal, foram realizadas
pesquisas in loco no Arquivo da Torre do Tombo em Lisboa, no Arquivo Público
Dom Pedro V em Mafra e da Santa Casa de Misericórdia da Ericeira. No Brasil, as
pesquisas foram centradas nos arquivos públicos do Estado de Santa Catarina,
Municipal de Florianópolis e Municipal de Itajaí, além do acervo digital da
Biblioteca Nacional e da Hemeroteca Catarinense.
O
autor
Jornalista formado pela
Universidade do Vale do Itajaí (Univali), Rogério Pinheiro é paulista da cidade
de Guarujá (SP), mas reside há mais de 20 anos em Navegantes (SC). Já trabalhou
em jornais e rádios do litoral norte catarinense. É autor do livro “A Nova
Ericeira” e dos documentários “Ericeira: um mar de história” e “Navegantes”.
Trabalha atualmente como produtor cultural, pesquisador e editor independente.
*Mais informações com o
jornalista Rogério Pinheiro no número (47) 98823-5334.
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