Caricatura do imperador D.
Pedro II, 1887. Carvalho, José Murilo de. D. Pedro II: ser ou não ser. São
Paulo: Companhia das Letras, 2007. Ângelo Agostini
Nesta sexta-feira (15), o Brasil comemora os 130 anos da proclamação da República. No dia 17 de novembro, o imperador Dom Pedro II fugia com a família real para a Europa. Antes de partir para o exílio, Dom Pedro II, escreveu um bilhete, que pedia que trouxessem um exemplar raro de “Os Lusíadas”, que ganhara do senador catarinense José da Silva Mafra.
O
livro, que pertenceu ao próprio Luís de Camões, deu início à amizade entre Dom
Pedro II e o senador catarinense. José da Silva Mafra foi escolhido para a vaga
no Senado depois da morte do padre Lourenço Rodrigues de Andrade em 1845, em
uma lista tríplice pelo imperador. Silva Mafra era assíduo frequentador do
Palácio de São Cristóvão e chegou a ser condecorado veador (camareiro oficial
do imperador).
O
mesmo “Os Lusíadas”, que abriu as portas do Palácio de São Cristóvão ao senador
José da Silva Mafra é alvo de uma grande polêmica. Outra versão da história
mostra que o verdadeiro dono do livro foi o frei José de São Boaventura
Cardoso, que defendeu o irmão de Dom Pedro I, Dom Miguel, na Guerra Civil
Portuguesa (1832/1834).
Com
a suspensão das ordens religiosas em Portugal e também por defender o lado
perdedor, Cardoso se mudou para Desterro (Florianópolis) e levou consigo a obra
rara. Toda essa intrigante história está no livro “1818 — A história da colônia
criada por Dom João VI que foi alvo de disputa entre brasileiros e portugueses
no século XIX”, que será lançado no dia 26 de novembro, às 19h30, na Livraria
Catarinense do Itajaí Shopping.
Pesquisa
Para produzir o
livro-reportagem foram analisados mais de 10 mil documentos, entre registros
paroquiais, periódicos, artigos e livros. Em Portugal, foram realizadas
pesquisas in loco no Arquivo da Torre do Tombo em Lisboa, no Arquivo Público
Dom Pedro V em Mafra e da Santa Casa de Misericórdia da Ericeira. No Brasil, as
pesquisas foram centradas nos arquivos públicos do Estado de Santa Catarina,
Municipal de Florianópolis e Municipal de Itajaí, além do acervo digital da
Biblioteca Nacional e da Hemeroteca Catarinense.
O
autor
Jornalista formado pela
Universidade do Vale do Itajaí (Univali), Rogério Pinheiro é paulista da cidade
de Guarujá (SP), mas reside há mais de 20 anos em Navegantes (SC). Já trabalhou
em jornais e rádios do litoral norte catarinense. É autor do livro “A Nova Ericeira”
e dos documentários “Ericeira: um mar de história” e “Navegantes”. Trabalha
atualmente como produtor cultural, pesquisador e editor independente.
*Mais informações com o
jornalista Rogério Pinheiro no número (47) 98823-5334.
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