quarta-feira, 21 de setembro de 2011

O filho do padeiro que virou presidente do Brasil


Nilo Peçanha é descrito pelos livros de história como sendo branco
Ele era mulato, filho de um padeiro e chegou à presidência do Brasil. Tudo isso menos de 20 anos após a libertação dos escravos em 1889. A proeza de Nilo Procópio Peçanha é bem maior que seu colega Luiz Ignácio Lula da Silva, eleito em 2002 e porque não dizer do presidente americano Barak Obama. Embora muitas vezes fosse retratado como branco era mulato.

Nilo Peçanha não foi eleito diretamente, assumiu a presidência com a morte de Afonso Pena, de quem era vice. Exerceu o cargo de 14 de junho de 1909 a 15 de novembro de 1910. De origem humilde, Peçanha construiu uma sólida carreira política, ascendendo, em um intervalo de poucos anos, de senador a presidente do estado do Rio de Janeiro – nome da época para o cargo de governador – e a presidente do Brasil.

O menino da padaria
Nilo Peçanha nasceu no dia 02 de outubro de 1867, na Fazenda do Desterro, no limite com o Espírito Santo, município de Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro, filho de Sebastião de Sousa Peçanha e Joaquina Anália de Sá Freire Peçanha. Nilo Peçanha ou o “Menino da Padaria”, como era conhecido (devido ao seu pai ter um comércio de padaria), viveu seu início de vida num sítio em Morro do Coco, onde cresceu ouvindo histórias da negra Delfina, que falava do sofrimento dos escravos.

Filho de um padeiro, Peçanha chegou a presidência da República em 1909
Quando chegou à idade escolar a família se mudou para Campos, onde Nilo foi matriculado no Liceu de Humanidades de Campos. Formou-se na Faculdade de Direito do Recife já com vinte anos de idade. Numa viagem de trem de Campos para o Rio de Janeiro, o jovem Nilo conheceu e de apaixonou perdidamente por uma jovem de nome Anita Castro Belisário de Sousa, com a qual se casou no dia 06 de dezembro de 1895. Dos três filhos que teve nenhum conseguiu chegar à fase adulta.

Anita era descendente de uma rica família de Campos. O casamento foi um escândalo social, pois a noiva teve que fugir de casa para poder se casar com um sujeito pobre e mulato.

No mesmo em que se casou, Peçanha ajudou a fundar o Clube Republicano de Campos, do qual foi presidente, bem como do Partido Republicano. Após a instauração do regime republicano em 15 de novembro de 1889, Nilo intensificou sua atividade político-partidária e foi eleito deputado, participando da Assembléia Constituinte responsável pela primeira Constituição republicana de 1891.

Foi eleito em sucessivos pleitos e em 1903 foi eleito para deputado federal, quando assumiu uma cadeira no Senado. Em 1903, renunciou à sua vaga na Câmara Alta para assumir a Presidência do Estado do Rio de Janeiro, que exerceu até 1906. Neste ano, foi eleito Vice-Presidente de Afonso Pena.

Em 1909, devido à morte de Afonso Pena, Nilo Peçanha tornou-se Presidente da República. Nilo estava com 42 anos ao assumir a Presidência da República.

Nilo Peçanha era motivo de chacota nos jornais por causa do tom da sua pele
 Em seu governo recriou o Ministério da Agricultura, órgão que aglutinou os grupos regionais dissidentes. Introduziu importantes alterações no funcionamento do Estado, o que representou uma obra de grande alcance. Criou Lei permitindo, pela primeira vez, o trabalho feminino nas repartições públicas. Criou o Imposto Territorial, criou o Ensino Técnico-profissional (com as Escolas de Aprendizes de Artífices), o Serviço de Inspeção Agrícola, a Diretoria da Indústria Animal, a Diretoria de Meteorologia e o Serviço de Proteção ao Índio.

Faleceu em 1924, no Rio de Janeiro, afastado da vida política e foi sepultado no Cemitério de São João Batista.

Fonte: Presidentes do Brasil, Editora Rio.
FONTE: http://institutohistoriar.blogspot.com/2008/09/srie-presidentes-do-brasil_21.html

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