segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Roda de conversa marca primeiro encontro dos 200 anos da Nova Ericeira em Bombinhas


Roda de conversa teve a presença de jornalistas e pesquisadores/Foto Isaque de Borba Corrêa

      A cidade de Bombinhas abriu na noite de sexta-feira (22), as comemorações dos 200 anos da Colônia Nova Ericeira. O evento aconteceu durante o “Pirão Cultural”, no Restaurante Rancho da Ana, bairro José Amândio. O destaque ficou por conta de uma roda de conversa, que foi composta por jornalistas e pesquisadores da região de Itajaí. A iniciativa teve o apoio da Fundação Cultural de Bombinhas.
       
      Além da roda de conversa, o documentário “Navegantes”, que aborda a colonização portuguesa no litoral catarinense, foi exibido para um público estimado em 50 pessoas.

      O filme mostra que os descendentes de portugueses têm origem em diversas regiões de Portugal e não só do Arquipélago dos Açores, como é comum ser divulgado hoje.

Documentário "Navegantes" foi exibido durante evento/Foto Fundação Cultural de Bombinhas 
 
      A vila da Ericeira é um exemplo da diversidade lusa em Santa Catarina. No começo do século 19, pescadores da Ericeira fundaram o primeiro empreendimento pesqueiro do Brasil, a Colônia Nova Ericeira.

      O destaque da noite ficou com a roda de conversa, que foi composta pelos jornalistas Magru Floriano, Rogério Pinheiro, Marcinha Ferreira, Alcides Mafra, Thiago Furtado e os pesquisadores Marquinho Pinheiro e Isaque de Borba Corrêa.

             Isaque (à direita) questiona presença açoriana em Santa Catarina/Foto Fundação Cultural de Bombinhas

      Um dos pontos mais polêmicos discutidos na noite foi à presença açoriana em Santa Catarina. Isaque de Borba Corrêa cita o Primeiro Congresso de História Catarinense, que estabeleceu uma identidade açoriana aos catarinenses em 1948.

- Isso foi artificialmente criado pelos intelectuais da Universidade Federal de Santa Catarina para combater a força do gauchismo que começava a entrar em Florianópolis. Dizem que a história é contada por aqueles quem vencem. A Revolução Farroupilha foi uma guerra que eles (gaúchos) perderam. E nós temos que tomar esse exemplo. Eu prego contra o mito açoriano desde os anos 80 – diz.

      Corrêa defende que os catarinenses tenham uma identidade que não seja açoriana.

- Estamos vendendo a nossa cultura por uma identidade que não é a nossa. Os Açores não é um país e estamos trocando a nossa identidade por isso. A maior cidade açoriana do país é Porto Alegre. Não vejo nenhum morador de Porto Alegre dizer que é açoriano – destaca o pesquisador.

Grupo de estudos deve ser formado para discutir presença açoriana/Foto Fundação Cultural de Bombinhas

      Um grupo de estudos deve ser criado para debater a presença portuguesa em Santa Catarina. Além de Bombinhas, outras cidades catarinenses devem ter eventos sobre os 200 anos da Nova Ericeira. O próximo encontro acontece em Navegantes, no dia 30 de outubro. 

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