terça-feira, 30 de agosto de 2011

Navegantes nos tempos da Exponave


Multidão lotava a Exponave que teve nove edições e deixou muitas saudades
Navegantes completou no dia 26 de agosto, 49 anos de emancipação político-administrativa. Nesses quase meio século de história, uma festa que era símbolo das comemorações do aniversário do município é lembrada com saudade pelos moradores. A Exponave surgiu no final da década de 1980 e trouxe para Navegantes muitos artistas de fama nacional. Há mais de 15 anos, a festa não existe, mas as lembranças dos festejos continuam até hoje.

Em 1988, Navegantes era um município com menos de 20 mil habitantes e a base da sua economia eram as empresas de pesca, a agricultura e o comércio. Havia poucas pessoas de fora e os moradores se conheciam. Foi nesse cenário que foi criada uma festa para comemorar o aniversário do município. Surgia assim a Exponave. A festa acontecia Ginásio de Esportes Domingos Angelino Régis e atraia uma multidão de Navegantes e cidades vizinhas. A Exponave chegou a ter um público aproximado de 50 mil pessoas em uma única edição.

Festa acontecia em frente ao Ginásio de Esportes de Navegantes
A festa proporcionava aos seus visitantes uma feira comercial e industrial, além de outras atrações. Os blocos carnavalescos de Navegantes tinham o direito de ter barracas, onde comercializam bebida e comida. O dinheiro arrecadado era utilizado para investir no carnaval. Os shows nacionais eram as atrações mais aguardadas pela população da cidade e da região.

Martinho da Vila foi uma das atrações da Exponave. Ao seu lado está o Bilo
Num período de nove edições, diversos artistas famosos fizeram shows em Navegantes. Luiz Airão, Martinho da Vila, Alcione, Jair Rodrigues, RPM, Ultraje a Rigor, Paulinho da Mocidade, TNT, Garotos da Rua, Wanderlei Cardoso, Ângelo Máximo, Wanderléia e as alas das escolas de samba da Mangueira e Império Serrano, ambas do Rio de Janeiro.

Solon Damásio da Costa, o Bilo, foi o idealizador da festa e disse que a Exponave foi pioneira a dar oportunidade para artistas que estavam esquecidos.

- Trouxemos artistas que estavam esquecidos como Ângelo Máximo, Wanderléia, que tiveram shows concorridos. O show da Wanderléia foi um sucesso. A escola de samba Império Serrano foi também teve também lotação máxima – lembra.

Bilo explicou que a mudança de governo fez que a Exponave mudasse de nome. Para o navegantino, a festa acabou assim que começaram a cobrar entrada.

- Era uma festa que não dava prejuízo e se existisse hoje seria uma das mais tradicionais da região. O diferencial dela era a presença de artistas nacionais, tínhamos sempre uma grande atração por noite. Assim que ela mudou de nome resolveram cercar a área do Ginásio de Esportes e cobrar ingressos. A população que estava acostumada a não pagar para entrar na festa não gostou e acredito que isso motivou o fim da festa – ressaltou Bilo.

Primeira edição da Exponave foi realizada em 1988. Abertura contou com a presença de autoridades
Entre os moradores, saudades da Exponave não faltam. Lembranças que no mês de agosto sempre insistem em voltar. Para Reni Romão, uma festa como a Exponave jamais Navegantes terá de novo.

- Depois da Exponave, Navegantes nunca teve uma festa igual. Nessa época do ano as pessoas já estavam empolgadas com os shows nacionais. Além de Navegantes vinha gente até de Blumenau para participar da festa. Os estandes eram concorridos, empresários e comerciantes disputavam um lugar para vender seus produtos – recorda Reni, que trabalhou muitos anos na parte comercial da festa.

Outra banda que esteve em Navegantes para a Exponave foi o RPM
A última Exponave aconteceu em 1996. Um ano depois virou Exponafest. Em seguida, a festa trocou de nome novamente e começou a ser chamada de Navifest. A Navifest durou apenas duas edições para nunca mais voltar.

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