Enseada das Garoupas |
A Colônia Nova Ericeira surgiu no dia 18 de março de
1818, pelo decreto régio de Dom João VI. Apesar de ter uma data oficial de
criação, a ideia começou a ser geminada bem antes e próximo a Enseada das
Garoupas, litoral de Santa Catarina.
Antes da chegada dos primeiros colonos em 1817,
ericeirenses e outros portugueses já residiam na freguesia de Santo Antônio de
Lisboa, Norte da Ilha de Santa Catarina.
Por estar próximo a Enseada das Garoupas, é provável que
eles conheciam a região e deram a ideia para a criação de um empreendimento
pesqueiro no local.
Formado por uma bacia de águas tranquilas, a Enseada das
Garoupas já era conhecida por navegadores desde o século XVI. Sempre esteve nos
planos do governo português para a construção de um porto ou uma base naval.
Além da tranquilidade para aportar embarcações, outros
fatores como a quantidade de peixes e a posição estratégica também contribuíram
para criação de uma colônia pesqueira no local. Mais nada seduziu a corte
portuguesa do que povoar a região.
Santo Antônio de Lisboa |
A Enseada das Garoupas ficava entre as duas principais cidades
de Santa Catarina na época: Desterro e São Francisco do Sul. Era uma região
pouco habitada e ameaçada constantemente por invasões, principalmente dos
espanhóis. A Espanha chegou a invadir Desterro em 1777, mas sem sucesso.
Com todos esses fatores a favor, surgiu à ideia, que
ganhou folego depois que o ex-funcionário da antiga Câmara Municipal da
Ericeira, Justino José da Silva, tomou a iniciativa. Justino chegou na Enseada
das Garoupas junto com os outros ericeirenses em 1817, um ano antes da criação
da colônia.
Silva não era pescador, mas conhecia bem os pescadores da
Ericeira e também o potencial da Enseada das Garoupas para pesca. É provável
que Justino José da Silva tivesse contato com esses ericeirenses que viviam em
Santo Antônio de Lisboa e que eles ajudaram na criação da Colônia Nova Ericeira
em 1818.
Mas quem era o ex-funcionário da Câmara
Municipal da Ericeira?
Filho de José da Silva e Maria Joaquina, Justino José da
Silva nasceu na Ericeira, no dia 22 de dezembro de 1765. Justino morava na Rua
do Mendes Leal antes de embarcar rumo ao Sul do Brasil.
Ele casou com Caetana da
Costa Fialho e teve os seguintes filhos: Maria Caetana (08/09/1797), Francisco
(06/04/1800) e Ana. O casamento, bem como o nascimento da filha Ana não foram
registrados na Ericeira.
Justino e a família viajaram para o Brasil e chegaram na
Enseada das Garoupas em 1817, junto com o primeira leva de imigrantes. Eles
permaneceram na Nova Ericeira até 1821.
Entre os prováveis motivos que fizeram o ex-funcionário
da Câmara Municipal da Ericeira retornar para Portugal estão atrasos na
distribuição das terras e na compra das rascas (barcos) parar os pescadores.
Justino faleceu no dia 17 de maio de 1827 e a esposa
Caetana no dia 26/12/1835. As filhas Maria Caetana e Ana Bárbara casaram em
22/05/1822 e 23/09/1827, respectivamente. Francisco José da Silva "Ericeira" casou com a Maria Salomé da Silva Franco e teve sete filhos, todos batizados na Ericeira.
Francisco José da Silva foi presidente da Câmara Municipal da Ericeira e administrador do Conselho, que foi extinto em 1855. Ele faleceu no dia 15 de janeiro de 1871.
Francisco José da Silva foi presidente da Câmara Municipal da Ericeira e administrador do Conselho, que foi extinto em 1855. Ele faleceu no dia 15 de janeiro de 1871.
Francisco José da Silva, que era conhecido como o "Ericeira", casou e teve filhos
ResponderExcluirObrigado pela observação. De fato, Francisco José da Silva casou e teve filhos. A informação está contida no livro de batizados da Ericeira. O texto foi corrigido.
ExcluirJustino José da Silva era também empresário de pesca. Tinha, pelo menos, duas embarcações grandes, conforme registra Francisco Esteves no seu livro "O Porto da Ericeira no Século XIX"
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