O livro “1818 — A história da colônia criada por Dom João VI que foi alvo de disputa entre brasileiros e portugueses no século XIX”, de autoria do jornalista Rogério Pinheiro, será lançado na próxima terça-feira (7), às 19h30, na Biblioteca Pública Municipal e Escolar Norberto Cândido Silveira Júnior, em Itajaí. O evento é aberto ao público. Por se tratar de um local fechado, o uso de máscaras é obrigatório.
O
livro traz os bastidores de um esquema de corrupção que desviou recursos
públicos para compra de barcos e terras destinadas a Colônia Nova Ericeira em
1818. O esquema de corrupção criado por um grupo político catarinense contou
com a ajuda de funcionários portugueses do alto escalão do governo de Dom João
VI.
No
dia 25 de março de 1818, o monarca português assinou o decreto que criava a
“Colônia Nova Ericeira”, considerado o primeiro empreendimento pesqueiro do
Brasil. A iniciativa pública injetou uma quantia milionária para a compra de
embarcações e o translado de pescadores profissionais portugueses. O dinheiro
foi liberado e os colonos trazidos de Portugal, mas nenhum barco foi entregue.
O empreendimento pesqueiro naufragou antes mesmo que a primeira embarcação
fosse lançada ao mar.
—
Na teoria, a colônia tinha tudo para ser um empreendimento de sucesso. O
litoral brasileiro se encontrava inexplorado e com grandes cardumes à espera
dos primeiros barcos. A colônia pesqueira prometia suprir o mercado interno de
pescado no Brasil, que naquela época estava nas mãos dos armadores portugueses.
Além de abastecer o mercado interno, o empreendimento pesqueiro também geraria
milhares de empregos e movimentar a economia brasileira — explica o jornalista.
Segundo
Rogério Pinheiro, entre 1818 e 1822, ano da Independência do Brasil, o governo
português investiu uma pequena fortuna na colônia. O dinheiro deveria ser usado
na compra de terras, casas e no auxílio financeiro dos colonos até que os
barcos ficassem prontos. Foi disponibilizado um valor que daria para comprar
uma frota de 20 barcos de pesca.
—
O governo que injetou milhões na colônia foi incapaz de administrá-la. Sem
controle, caiu nas mãos de um grupo político, que montou um esquema de
corrupção que fez escola em Santa Catarina. Os barcos até apareceram, mas não
foram usados no empreendimento pesqueiro e sim para os negócios de uma família
tradicional catarinense. As terras também tiveram o mesmo destino — disse
Rogério Pinheiro.
A
Colônia Nova Ericeira foi extinta em 1824 e substituída pela vila de Porto
Belo. Dos cerca de 400 colonos que vieram da Ericeira, apenas 25 conseguiram
retornar a Portugal. Os que ficaram foram expulsos de suas terras e muitos
morreram na pobreza extrema. Outros conseguiram ainda arrumar emprego em barcos
de pesca na cidade do Rio Janeiro ou Santos, no litoral paulista. Já o grupo
político que desviou o dinheiro do empreendimento pesqueiro nunca foi
responsabilizado.
Serviço
Lançamento
do Livro “1818 — A história da colônia criada por Dom João VI que foi alvo de
disputa entre brasileiros e portugueses no século XIX”
Editora:
Apollo
Data:
7 de dezembro de 2021
Horário:
19h30
Local:
Biblioteca Pública Municipal e Escolar Norberto Cândido Silveira Júnior.
Endereço: Rua Heitor Liberato, nº 1100, no bairro Vila Operária, em Itajaí.
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