quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

Livro que aborda esquema de corrupção milionário no setor pesqueiro será lançado em Itajaí no dia 7 de dezembro

 

    O livro “1818 — A história da colônia criada por Dom João VI que foi alvo de disputa entre brasileiros e portugueses no século XIX”, de autoria do jornalista Rogério Pinheiro, será lançado na próxima terça-feira (7), às 19h30, na Biblioteca Pública Municipal e Escolar Norberto Cândido Silveira Júnior, em Itajaí. O evento é aberto ao público. Por se tratar de um local fechado, o uso de máscaras é obrigatório.

O livro traz os bastidores de um esquema de corrupção que desviou recursos públicos para compra de barcos e terras destinadas a Colônia Nova Ericeira em 1818. O esquema de corrupção criado por um grupo político catarinense contou com a ajuda de funcionários portugueses do alto escalão do governo de Dom João VI.

No dia 25 de março de 1818, o monarca português assinou o decreto que criava a “Colônia Nova Ericeira”, considerado o primeiro empreendimento pesqueiro do Brasil. A iniciativa pública injetou uma quantia milionária para a compra de embarcações e o translado de pescadores profissionais portugueses. O dinheiro foi liberado e os colonos trazidos de Portugal, mas nenhum barco foi entregue. O empreendimento pesqueiro naufragou antes mesmo que a primeira embarcação fosse lançada ao mar.

— Na teoria, a colônia tinha tudo para ser um empreendimento de sucesso. O litoral brasileiro se encontrava inexplorado e com grandes cardumes à espera dos primeiros barcos. A colônia pesqueira prometia suprir o mercado interno de pescado no Brasil, que naquela época estava nas mãos dos armadores portugueses. Além de abastecer o mercado interno, o empreendimento pesqueiro também geraria milhares de empregos e movimentar a economia brasileira — explica o jornalista.

Segundo Rogério Pinheiro, entre 1818 e 1822, ano da Independência do Brasil, o governo português investiu uma pequena fortuna na colônia. O dinheiro deveria ser usado na compra de terras, casas e no auxílio financeiro dos colonos até que os barcos ficassem prontos. Foi disponibilizado um valor que daria para comprar uma frota de 20 barcos de pesca.

— O governo que injetou milhões na colônia foi incapaz de administrá-la. Sem controle, caiu nas mãos de um grupo político, que montou um esquema de corrupção que fez escola em Santa Catarina. Os barcos até apareceram, mas não foram usados no empreendimento pesqueiro e sim para os negócios de uma família tradicional catarinense. As terras também tiveram o mesmo destino — disse Rogério Pinheiro.

A Colônia Nova Ericeira foi extinta em 1824 e substituída pela vila de Porto Belo. Dos cerca de 400 colonos que vieram da Ericeira, apenas 25 conseguiram retornar a Portugal. Os que ficaram foram expulsos de suas terras e muitos morreram na pobreza extrema. Outros conseguiram ainda arrumar emprego em barcos de pesca na cidade do Rio Janeiro ou Santos, no litoral paulista. Já o grupo político que desviou o dinheiro do empreendimento pesqueiro nunca foi responsabilizado.

 Serviço                                    

Lançamento do Livro “1818 — A história da colônia criada por Dom João VI que foi alvo de disputa entre brasileiros e portugueses no século XIX”     

Editora: Apollo     

Data: 7 de dezembro de 2021

Horário: 19h30

Local: Biblioteca Pública Municipal e Escolar Norberto Cândido Silveira Júnior.

Endereço: Rua Heitor Liberato, nº 1100, no bairro Vila Operária, em Itajaí.                 

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