terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Próxima parada: Aeroporto de Itajaí

Aeroporto Salgado Filho em Itajaí foi inaugurado na década de 1950, no bairro Barra do Rio e durou menos de 20 anos
    
     Muito antes de Florianópolis, Navegantes, Joinville e Chapecó terem seus aeroportos, Itajaí inaugurava o seu. Foi em setembro de 1952. O Aeroporto de Itajaí recebeu o nome do senador gaúcho Joaquim Pedro Salgado Filho, ministro da Aeronáutica de Getúlio Vargas. Salgado Filho é hoje o nome do Aeroporto Internacional de Porto Alegre.

Primeiro voo da companhia aérea Varig a chegar em Itajaí em 1959. A Varig tinha voos para Porto Alegre e São Paulo

     O Aeroporto de Itajaí ficava no bairro Barra do Rio e funcionou até a década de 1960, com voos regulares para diversas cidades do país. Itajaí teve um aeroporto numa época em que o principal meio de transporte era marítimo. A BR-101 não existia e as únicas estradas eram de barro. Uma viagem de Itajaí a Florianópolis poderia levar até 12 horas para ser concluída, isso se o veículo não ficasse atolado no barro.

Depois de 1960, o aeroporto foi transferido para o outro lado do rio Itajaí-Açú, em Navegantes, que na época era um bairro itajaiense. Até 1978, o terminal era ainda chamado de Aeroporto Itajaí

     Quem pensa que o aeroporto melhorou a vida de quem precisava viajar se engana. O check-in não existia, as pessoas andavam no meio da pista sem a menor cerimônia e a viagem de um destino para outro tinha muitas escalas. Por exemplo, uma viagem de Itajaí a Porto Alegre tinha três: Florianópolis, Tubarão e Caxias do Sul (RS).

Passageiros ilustres desembarcaram no Aeroporto Salgado Filho de Itajaí, entre eles o presidente Café Filho em 1954

     Na cidade gaúcha, a pista era uma pastagem que antes das aeronaves decolarem servia de pasto para bovinos. Quem fez essa viagem, em 1963, foi o representante da cidade de Munique (Alemanha) no Brasil, Giovanni Lenard, que conta detalhes do voo Itajaí/Porto Alegre.

Além da Varig, a também extinta Cruzeiro do Sul tinha voos frequentes no terminal itajaiense na década de 1950

     - Naquele tempo cada passageiro, à medida que chegava ao balcão da companhia aérea, recebia uma ficha de plástico azul, com um número gravado. Na hora do embarque, era convocado aos berros pelo despachante de voo, os passageiros caminhavam os poucos metros até o avião e aguardavam ao pé da escada até serem chamados, um a um. Assim, o embarque era efetuado na ordem de chegada ao aeroporto, e quem desejasse sentar na janelinha, que chegasse mais cedo – lembra o representante.